Os "inovadores"
O sonho de uma noite de verão.
B.P. Richfield- Família Dinossauro (1.991 a 1.994)
Como nos esquecer do maligno senhor Richfield, chefe de Dino da Silva Sauro na WESAYSO Development Corporation, todos integrantes do programa infantil de humor "A Família Dinossauro", que fez muito sucesso no Brasil, mesmo após ter sido findado em 1.994.
Richfield é um tricerátopo, sabemos que essa espécie era de grandes herbívoros, porém, no programa, o chefe de Dino era carnívoro, demonstrando ainda ser canibal, devorando pretendentes amorosos de sua filha e ameaçando seus funcionários.
Ele aparentava ter uma inteligência superior a dos outros dinossauros da série, e se aproveitava disso para sempre ter o poder sobre os outros, ele utilizava dessa "inteligência superior" de forma mal-intencionada.
A leitura que trago hoje é com uma visão dupla de chefes, CEO's e presidentes de empresas que se assemelham a Bradley P. Richfield.
Além de muitos levarem o personagem muito a sério, agindo como se realmente ainda estivem na pré-história, outros ainda agem como tiranos, sempre com o desejo abusivo de impor ameaças a quem não os obedeça.
É triste estar em um país onde, infelizmente o governo sufoca os empresários, porém, isso não dá direito a que angústias e mágoas sejam descarregadas sobre colaboradores, esses que nunca se quer obrigaram ninguém a arriscar-se a empreender.
Muito se levanta sobre a falta de incentivo do governo e outras instituições para fomentar o crescimento empresarial do Brasil, mas o que muitos não entendem é o fato de que, muitas das vezes, essa própria classe não se ajuda entre si.
É muito mais fácil sufocar empresas e empresários pequenos, no início, para que futuramente não se tornem concorrentes ou para que não brilhem mais do que os que já existem.
Essa leitura pode ser completamente errônea em um cenário geral, olhando para a nação como um todo, mas em nossa bolha, em municípios pequenos como Itápolis, infelizmente é isso que acontece.
É claro que nem todos são como Richfield! Podemos dizer que uma maioria sim, mas não todos!
Algo que me lembro da série é quando Charlene, filha de Dino, começa a trabalhar na empresa sobre a supervisão do senhor Richfield.
A produtividade dela é gigantesca, ela faz com que a destruição da floresta ocorra muito mais rápido, a empresa acaba elevando o nível de produtividade dos funcionários, e com isso, ela ganha a demissão.
Quantas vezes, em diversas e diferentes empresas, damos nossas vidas, todo o nosso tempo, nosso suor e sangue para que, no final das contas, o colaborador que manteve-se na mediocridade seja o mais valorizado.
Cada vez mais empresas colocam em suas paredes adesivos com frases motivacionais, mas desmotivam a cada dia seus colaboradores na prática.
A mão de obra não precisa ser eficiente, precisa ser omissa e barata para ser valorizada.
Como já me dizia um antigo colega de trabalho:
"Quem faz muito acaba errando algumas vezes e o erro é visto pelo patrão, quem não faz nada, nunca erra, então esse torna-se o bom funcionário, por nunca errar."
Quando surgem empresas novas, com novos ideais e uma nova forma de trabalho, esses velhos dinossauros estão prontos para sufocar a qualquer custo o novo que vem demonstrar que o século 21 é hoje, que a tecnologia acontece agora e que as pessoas são todas iguais, o que importa são suas competências e não credo, orientação sexual ou atitudes nos momentos de lazer.
É triste ver que existe a ascensão de empresários como Richfield e a morte de outros que trazem um perfil oposto ao tirano que impõe ordens como chefe apenas e não como líder.
A esperança que fica é saber que um dia, seres pré-históricos como o chefe de Dino, entraram em extinção quando menos esperavam.
O amanhã trás novidades, com toda certeza! Trás homens e mulheres que estão dispostos a viver o novo, a viver o século como deve ser vivido.
A extinção vem para todos, não podemos nos esquecer que veio antes para os dinossauros.
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